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O peixe é um dos símbolos do cristianismo. A palavra peixe, em grego, é IXTIS, cujas letras são iniciais da frase "Jesus Cristo Filho de Deus Salvador".
pirarucu maior peixe da agua doce |
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pode pesar 200 quilos medir 2 metros |
Amai os vossos inimigos; fazei o bem àqueles que vos odeiam, e rezai por aqueles que vos perseguem e caluniam. Pois se
só amais os que vos amam, que recompensa tereis com isso?...........Sede, pois, perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito
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Para se entender melhor os peixes do Litoral Norte e seus hábitos, ajuda muito conhecer suas características:
vertebrados aquáticos, providos de nadadeiras, que respiram por brânquias. Sua forma tem relação direta com a propulsão no
ambiente marinho, tendendo para o fusiforme, para conseguir mais velocidade, como no caso da cavala, exemplo de hidrodinâmica
perfeita. Os peixes bentônicos vivem enterrados no fundo e são achatados, como os linguados. Predadores possuem corpo grosso
e maciço, como meros e garoupas. Outros, bons nadadores de fundo, desenvolvem um corpo alongado, como as moréias.
Anchova
De fome insaciável, as anchovas atacam cardumes de sardinhas. Nadam à superfície, com agilidade. Formam grandes cardumes,
freqüentando sempre os mesmos lugares. Muitos pescadores de linha tradicionais do Litoral Norte especializam-se nas anchovas.
Têm peso entre 5 e 6 kg, no máximo 1,2 m e coloração azul-esverdeada.
Cação
Cações e raias possuem esqueleto cartilaginoso, pele espessa e áspera, dentes que podem ser constantemente trocados, e são
carnívoros. Enxergam mal. Desprovidos de bexiga natatória, precisam manter-se em movimento para não afundar. O cação-limão
alimenta-se principalmente de peixes. Raramente chega a mais de três metros. A carne é apreciada, e a galha valorizada pelo
paladar delicado, entre os orientais. Pode ser frito ou ensopado. O galha-preta forma cardume, sendo um dos mais abundantes
no litoral de São Paulo. Não passa, normalmente, dos três metros.
Espada
Os maiores, de dentes arreganhados, atingem 1,7 m. Prateados, os espadas nadam na superfície,
formam grandes cardumes e alimentam-se de pequenos peixes. De carne boa, são muito apreciados pelos pescadores amadores, que
lotam o píer de llhabela para pegá-los.
Sargento
Também conhecidos como parus ou borboletas. Os sargentos verdadeiros são pretos, com arcos amarelos
e reflexos azulados. Raspam vegetais e pequenos animais das pedras. A carne não é boa para comer, e perdem a coloração quando
saem do mar. De movimentos majestosos, dão um verdadeiro show para os mergulhadores.
Galo
De aparência inconfundível, os galos são reconhecidos pela forma achatada e cabeça alta. Vivem
em águas abertas, mas aproximam-se das praias de areia da costa. Apreciados pelos pescadores de linha, lutam quando fisgados,
prancheando de lado para conseguir maior resistência contra a puxada.
Garoupa
Chernes e garoupas são vorazes e desajeitados. As duas espécies vivem em fundos de pedra.
Atingindo até 400 kg, o cherne é acinzentado, de cabeça comprida, e tem a nadadeira dividida em duas seções. Difere do Mero,
também gigantesco, que tende ao esverdeado, com manchas. As garoupas mesmo são avermelhadas, valorizadas por gourmets, pela
carne delicada.
Linguado
Os linguados impressionam. Chatos, de olhos deslocados, parecem um erro de design. Mas vivem bem adaptados aos fundos de areia,
onde nadam em paralelo. A carne excelente faz com que alcancem alta cotação. São conhecidos, conforme a espécie, por lixa,
rodovalho, solha e tapa. Com ele se prepara o Belle Meunière.
Namorado
Embora cheguem a um metro, os namorados costumam medir cerca de 50 cm. De corpo robusto e alongado, vivem em águas profundas
com fundo de areia, alimentando-se preferencialmente de invertebrados. Distinguem-se dos batatas pelas pintas brancas no dorso
e coloração puxando para o marrom.
Olho-de-boi
Apreciados pelos orientais, que os conhecem como buri, servem para o preparo de sushis e sashimis.
Grandes, com até 1,2 m e 25 kg, alimentam-se de sardinhas, lulas e camarões. Quando novos, formam cardumes. Na idade adulta,
andam solitários ou em grupos de no máximo dez.
Pargo
Os mais apreciados pesam entre 1 kg e 2 kg. Para os japoneses são uma iguaria, no sashimi. "Podre,
porém pargo", diz um ditado oriental. Vivem em grandes cardumes, afastados da costa.
Pescada
Amarela, verdadeira, cambucu, banana, pescadinha, maria-mole, foguete e goete ou boca-torta são as mais comuns, entre as pescadas.
De carne excelente, dão um filé muito apreciado. Vivem em águas relativamente rasas, alimentando-se de pequenos peixes. Sua
importância econômica é enorme, para os pescadores artesanais de Paraty a Bertioga. A corvina, "pescada de pobre", também
dá bom filé.
Robalo
Embora possam pesar até 30 kg, os mais saborosos ficam em torno de 5 kg. Apresentam a mandíbula inferior projetada para a
frente. Há seis espécies muito parecidas, no Brasil. Velozes, os robalos freqüentam águas próximas a baías, como a de Paraty,
enseadas e mangues. Costumam subir os rios para desovar. Servem para assar e grelhar.
Sardinha
O conceito de peixe de primeira, arbitrário, não tem nada a ver com qualidade. Custam mais os difíceis de pescar, com menos
espinhos, tamanho grande e raros. A pequena e abundante sardinha, portanto, é barata apesar de deliciosa. E voltou a nadar
em cardumes numerosos pelo litoral norte. Nada que se compare à fartura de trinta anos atrás, quando era praticamente gratuita
no cais do porto de qualquer cidade. A sardinha verdadeira, ou Sardinella aurita, vive no Atlântico e Mediterrâneo. Existem
outras espécies, como a savelha, cascuda e da laje. Pertence a esta ordem a pequena manjuba, de corpo quase transparente,
e uma lista prateada de ponta a ponta. Frita, é servida como tira-gosto nos quiosques à beira mar.
Tainha
Os mugilídeos são a família das tainhas e paratis. As tainhas brasileiras ocorrem em toda a costa, migrando conforme a época
do ano. Passam peia região entre os meses de maio e agosto. Nadam na superfície e não são fisgadas em anzol. Entram na água
doce para fazer a postura. As maiores chegam a pesar 10 kg, mas os exemplares típicos variam entre 1 kg e 4 kg. Os paratis,
bem menores, têm linhas mais esbeltas.
Xaréu
Preferem costões rochosos das ilhas oceânicas, e atingem até 25 kg. Nas migrações, aproximam-se do litoral, nadando contra
a correnteza em pequenas profundidades. Há também o xaréu preto, o xarelete e a guarajuba. O xarelete azul costuma acompanhar
peixes maiores, e até mergulhadores.
DOURADO |
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CANDIRU ENTRA PELA URETRA |
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SE ALIMENTA DE SANGUE DE OUTROS PEIXES PELA GUEIRRA |
Vestido para matar, o Candiru não dá trégua para quem aparece na sua frente.
Podem ser suas vítimas: diversos peixes e mamíferos.
Banhistas e pescadores distraídos cuidado: o Candiru tem o hábito de se alimentar
de sangue....
Nadar nas águas dos rios amazônicos e nas de certos pontos do rio Paraná sem
proteção adequada é algo que pode pôr a saúde – e até a vida – em risco. Ali, as piranhas não são os únicos peixes
que povoam os pesadelos dos ribeirinhos. Uma família de pequeninos bagres, conhecidos popularmente por Candirus, também freqüenta
as histórias de terror ao redor das fogueiras. Algumas espécies são hematófagas, outras se alimentam de tecidos, escamas e
crustáceos. Nem todos os candirus são perigosos para o homem, mas é bom saber que alguns tipos realmente oferecem risco àqueles
que desconhecem sua fama.
Os Candirus-açus são carnívoros inveterados, têm tamanho entre 15 e 30 cm e
só oferecem ameaça a animais que tenham algum ferimento com sangue ou que apresentem comportamento estranho, despertando seu
apetite. Apetite, aliás, que rivaliza com o das Piranhas mais vorazes, como a Caju. O ataque de um cardume é fulminante, podendo
acabar com a presa em poucos minutos. Se você fisgar um Candiru desses por engano, também precisa tomar cuidado: ao ser manuseado,
o peixe secreta um muco, que mais parece um catarro. Para os mais apressados em livrar-se dessa substância repugnante, lavar
a mão na água não é recomendável. Imediatamente após colocar a mão na água, o muco se transforma uma espécie de geléia transparente,
semelhante à clara de ovo. E quanto mais água se passa, mais gosma se forma. Se o pescador tiver estômago de suportar tanta
nojeira, o remédio é cuspir na mão para anular o efeito multiplicador da gosma. É tiro e queda. Recomenda-se cuspir antes
de lavar as mãos.
O TERROR DAS ÁGUAS
Os candirus hematófagos formam um grupo restrito dentro da família Trichomycteridae
e são denominados como Candirus-Verdadeiros. Junto com algumas espécies de morcegos, são os únicos vertebrados a se alimentarem
exclusivamente de sangue. Os cientistas ainda não conhecem muito bem o ciclo reprodutivo e o comportamento de indivíduos mais
jovens porque as espécies são pouco estudadas.
“Este grupo, os vandellinae, alimenta-se exclusivamente do sangue que
é sugado das brânquias dos peixes. O local preferido para a mordida é a artéria branquial, onde o sangue é rico em nutrientes
e oxigênio. Acredita-se que os Candirus são guiados para esses locais através da secreção de amônia das brânquias em pequenas
quantidades”, esclarece o professor Mário de Pinna, do Instituto de Biociência da U.S.P.- Universidade de São Paulo,
um dos poucos especialistas do mundo neste grupo de peixes tão estranhos.
ATACANDO OS MAMÍFEROS
Como são peixes que vivem cercados por dúvidas e mitos, histórias de ataques
a mamíferos causam preocupações, principalmente quando a vítima é um ser humano. A periculosidade do Candiru justifica-se
pelo fato de penetrarem na uretra de homens e mulheres. Podem entrar no corpo através de outros orifícios, como ânus, vagina,
ouvido, boca e nariz, mas todas as vezes que se teve notícia de que Candirus penetraram pessoas, a via de entrada sempre
foi a uretra. “Isto se justifica porque se sentem atraídos pela urina, ocorrendo o mesmo quando atacam os demais peixes”,
explica Pinna.
Ao urinar na água, a pessoa está dando sinal verde para que o Candiru ataque,
pois se sente atraído pela uréia ou amônia. Segundo o especialista, se houver alguma tentativa para retirá-lo da uretra, o
Candiru abre os dois dentes (semelhantes a espinhos) que ficam lateralmente nos opérculos, embaixo da cabeça, rasgando o tecido.
A única maneira de tirá-lo é através de intervenção cirúrgica. Não é recomendado puxar o peixe. O ideal é tentar impedir que
ele penetre mais no corpo e a solução é cortá-lo ou segurá-lo. Uma vez fora da água, o Candiru acaba morrendo.
O testemunho do sertanista Orlando Villas Boas é decisivo para comprovar o
desespero que as vítimas do Candiru passam ao serem “invadidas” pelo peixinho. Em l948, às margens do Rio das
Mortes, na base da expedição, farto de Candirus, Orlando e a equipe da Expedição Roncador-Xingu estavam acampados na base
quando ouviram um homem de mais ou menos dois metros de altura gritando desesperadamente. Motivo: um Candiru penetrou em seu
pênis. “O homem havia ido até a região para trabalhar na base e como não era da região, e sim da Bahia, não sabia o
perigo que era nadar nas águas do Rio das Mortes sem proteção”.
GRITOS DE DESESPERO
A sorte dele foi a presença no acampamento de um médico carioca que lhe retirou
o peixe da uretra com uma pinça muito fina. Orlando Villas Boas ajudou na operação. “Lembro que o doutor era plantonista
em pronto-socorro no rio de Janeiro. Não tinha paciência com nada: ao acabar a operação, xingou o homem. Porém, aconselhou
que ele utilizasse linha e vara na próxima vez que quisesse pescar”, conta.
Dois anos depois de haver presenciado o desespero do baiano no Xingu, a expedição
encontra-se no Rio Araguaia (depois que a expedição, o local se transformou na cidade de Xavantina) quando todos ouviram novamente
os mesmos gritos de desespero. “A vítima agora era uma mulher que lavava roupas no rio, distraída, quando um Candiru
entrou em sua vagina”, relata. Só que desta vez não havia médicos no local e as mulheres cooperaram para que o peixe
pudesse ser extraído. “Não pude ajudar por ser homem, mas elas foram rápidas e salvaram a mulher, pois o Candiru come
as víceras da vítima.”
Durante os 45 anos em que Villas Boas esteve na região do Xingu e Araguaia
nunca presenciou um ataque de Candirus contra indígenas. Segundo ele, os índios jamais são atacados, pois nenhum índio faz
necessidades na água. “O nativo respeita a natureza, já que depende dela para se sustentar e sabe também quais são os
riscos que ela pode oferecer se não for cauteloso” explica. Ao se banharem no rio, sabendo do transtorno que os Candirus
podem causar, os indígenas sempre usam tangas, tanto homens como mulheres.
Candiru é parente do bagre |
Os candirus são peixes endêmicos da América do Sul. No Brasil, podem ser encontrados em todas as bacias:
Amazônica, Prata, São Francisco e na do Leste. São parentes dos Bagres (ordem Siluriformes) e pertencem à família Trichomycteridae,
que conta atualmente com cerca de 155 espécies descritas e distribuídas em oito subfamílias. A seguir, informações de três
subfamílias: os representantes dos Stegophilinae, do gênero Pareiodon, se alimentam de muco, escamas e raspam tecidos e carne
de peixes e outros animais. A subfamília Tridentinae é formada por pequenos peixes que nadam na meia-água e comem principalmente
crustáceos. Os Vandellinae são os Candirus hematófagos semiparasitas, já que após se alimentarem, deixam o hospedeiro. Na
natureza, esses peixes geralmente não matam o hospedeiro, mas se o ferimento da artéria branquial for muito grande, o peixe
pode morrer de hemorragia. Os adultos são pequenos, atingindo de 1,5 a 12 cm de comprimento. Os Candirus-Açus são da família
Cetopsidae. Os indivíduos chegam a alcançar de 15 a 30 cm de comprimento e têm hábito alimentar carnívoro. |
Como evitar o ataque dos Candirus |
Para escapar de um encontro desagradável com esses peixes, basta seguir algumas recomendações básicas:
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Evite nadar sem trajes de banho que cubram os órgãos genitais.
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Não nade em locais desconhecidos sem antes falar com pessoas que conheçam a região.
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Evite entrar na água com cortes e arranhões recentes que possam sangrar.
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Jamais urine na água, já que a uréia pode atrair Candirus e outros predadores.
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Caso seja atacado por um Candiru-Verdadeiro, não puxe em sentido contrário porque os seus dentes podem rasgar
a uretra. Procure um médico imediatamente.
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LUIZ NATUREZA |
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